Sobre os asanas

20-08-2012 16:43

“Onde termina o corpo e começa a mente? Onde termina a mente e começa o espírito? Corpo, mente e espírito não podem ser divididos, pois estão inter-relacionados e são aspectos diferentes de uma única consciência divina que a tudo invade.

O iogue nunca negligencia ou mortifica o corpo ou a mente, mas cuida de ambos. Para ele, o corpo não é um obstáculo para sua libertação espiritual, nem a causa de sua queda, mas um instrumento de aperfeiçoamento. Procura ter um corpo tão forte quanto um raio, saudável e livre de sofrimento, de modo a dedicá-lo a serviço do Senhor, a quem se destina. Como já foi apontado no Mundakopanishad, o Eu não pode ser atingido por quem não tem força, nem por alguém descuidado ou que não tenha objetivo. Assim como um pote de argila não cozido se dissolve na água, o corpo logo decai. Assim, é preciso cozê-lo fortemente no fogo da disciplina iogue, para fortificá-lo e purificá-lo.

Os nomes dos asanas são significativos e ilustram o princípio da evolução. Algumas são denominadas de acordo com a vegetação, como a árvore (vriksha) e o lótus (padma); algumas de acordo com nomes de insetos, como o gafanhoto (salabha) e o escorpião (vrschika); algumas, segundo animais aquáticos e anfíbios, como o peixe (matsya), a tartaruga (kurma), o sapo (bheka ou manduka) ou o crocodilo (nakra). Há asanas com nomes de aves, como o galo (kukkuta), a garça (baka), o pavão (mayura) e o cisne (hamsa). Há asanas com nomes de quadrúpedes, como o cão (svana), o cavalo (vatayana), o camelo (ushtra) e o leão (simha). Criaturas rastejantes, como a serpente (bhujanga), não são esquecidas, nem o estado embrionário humano (garbha-pinda) é desconsiderado. Há asanas que recebem o nome de heróis, como Virabhadra e Hanuman, filho do vento. Sábios, como Bharadvaja, Kapila, Vasishtha e Vishvamitra são lembrados nos asanas que recebem seus nomes. Alguns asanas são denominados segundo os deuses do panteão hindu, e outras relembram os avataras, encarnações do Poder Divino. E enquanto executa os asanas, o corpo do iogue assume muitas formas, assemelhando-se a uma variedade de criaturas. Sua mente é treinada para não desprezar nenhuma delas, pois sabe que por todo o reino da criação, do mais insignificante até o mais perfeito sábio, respira o mesmo Espírito Universal, que assume formas inumeráveis. Ele sabe que a forma mais elevada é a Ausência de Forma. Encontra a unidade na universalidade. O verdadeiro asana é aquele em que o pensamento de Bhraman flui sem o menor esforço e incessantemente através da mente do sadhaka”.

“A luz do Ioga”, B.K.S. Iyengar, Cultrix

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